PF pede autorização ao STF para interrogar Valdemar da Costa Neto, o amigo/irmão de Bolsonaro
da Veja
A Polícia Federal encaminhou nesta terça-feira, 31, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes um pedido de autorização para interrogar o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, a respeito de declarações dele de que também recebeu propostas golpistas para questionar o resultado das eleições.
A solicitação foi enviada pelo delegado da PF Raphael Soares Astini no âmbito do inquérito que investiga o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres por conivência e omissão em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
No curso das apurações, foi apreendida na casa de Torres, em Brasília, a minuta de um decreto golpista para declarar “estado de defesa” sobre a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diante da derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O delegado fez referência à entrevista concedida por Valdemar ao jornal O Globo, na qual o presidente do PL relativizou o peso do documento apreendido sob guarda do bolsonarista Anderson Torres e afirmou que havia propostas semelhantes “na casa de todo mundo”.
“[Valdemar] disse que chegou a receber várias propostas, documentos que supostamente poderiam questionar/alterar no TSE o resultado eleitoral e que teve o cuidado de triturar tais documentos”, escreveu o delegado no ofício a Moraes. “Por tratar-se de Inquérito Policial em trâmite no Supremo Tribunal Federal, conexão ao INQ 4.923, submeto a Vossa Excelência para deliberação quanto autorização para se realizar a oitiva do Sr. VALDEMAR COSTA NETO em relação aos fatos apurados na presente investigação”, pediu Astini.
Na entrevista ao jornal, ao questionar a prisão de Anderson Torres, Valdemar Costa Neto declarou que “aquela proposta que tinha na casa do ministro da Justiça, isso tinha na casa de todo mundo. Muita gente chegou para mim agora e falou: ‘Pô, você sabe que eu tinha um papel parecido com aquele lá em casa. Imagina se pegam’”.
Em outro trecho, Valdemar disse que “tinha gente que colocava no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar. Vi que não tinha condições, e o Bolsonaro não quis fazer nada fora da lei”.
É a Polícia Federal cumprindo seus deveres constitucionais, não a serviço do golpismo neofascista e de seu grande líder fujão, o chefão de família que adquiriu dezenas de imóveis com dinheiro vivo.