“Liberdade de violência”, não pode ser confundida com liberdade de expressão, o caso Wallace”
Coluna Pequena Londres – Walace SO
Buenas Pequena Londres desse lado da beira do Igapó, sigo aqui do lado da beira do rio Madeira em terras da Amazônia, um Pé Vermelho agora beiradeiro. Como estamos entrando em tempos do Rei Momo, iniciaremos com o filósofo Geovani Improtta que não viveu as redes sociais: “o tempo urge e a Sapucaí é grande”.
O oposto (literalmente) da Seleção Olímpica de Vôlei, Wallace (não confundir comigo rsrs), um tradicional extremista de direita das redes sociais e como tal, fala o que deseja sem ponderar as consequências de suas atitudes. Que lembramos alimentam a discórdia, ódio e violência social, ele postou uma foto armado com um rifle calibre 12, compartilhando em seu canal uma enquete de um dos seus milhares seguidores. Nela segue a pergunta se alguém daria ou não um tiro na cara do presidente eleito democraticamente Luiz Inácio Lula da Silva e todos poderiam votar nessa enquete. Bola fora Wallace!
Sua publicação é uma incitação explícita a violência e não pode ser considerada liberdade de expressão, como muitos extremistas de qualquer lado tentam justificar quando lhes convém. E isso deve ficar bem claro, pois liberdade de expressão não cabe nesse tipo de atitude. Caiu na rede, printou e não tem mais volta, sua bolha leu e todos os outros também. Não adianta apagar e tentar dar desculpas esfarrapadas, foi.
Desse modo, vamos didaticamente definir o que é liberdade de expressão. Ela é um conceito que comunica ideias sem censuras, coerção, medo ou represálias, justamente porque durante a ditadura militar, a liberdade de expressão nos foi suprimida. Retornando somente na redemocratização brasileira pela Constituição de 1988. Ela é parte da essência democrática, e tem limites para estabelecermos a convivência social harmoniosa buscando evitar o caos. Não podemos simplesmente expressar nossas opiniões sem respeitar a ampla diversidade do mundo atual.
Lembrando que todos somos iguais perante a lei (ou deveríamos ser), sejamos pessoas públicas, famosas ou anônimas. E para garantir seu direito, ela deve ser usada com responsabilidade, sim responsabilidade, e há leis que regulamentam essa responsabilidade. Com a devida proporção em cada caso, pois ao transgredir seu limite seguimos rumo ao caminho da barbárie. O atleta disse em nota de retratação que “quem me conhece sabe que jamais incitaria a violência”. Contudo, nos últimos anos não é o seu histórico nas redes sociais ou na própria seleção de vôlei, tudo bem registrado.
A punição deve existir, tolerar essa atitude agora coloca em risco a busca da reconstrução e estabilidade social que necessitamos. Fazer vista grossa para a postagem do atleta, significa aceitar a violência como tantas outras do tipo e incentivar outras mais. Esse movimento é perigoso para todos. O silêncio nesse caso promove uma polarização tóxica, impedindo o debate e reflexão, que são princípios democráticos.
Diferente da violência, medo e terror que são características de todos os movimentos fascistas que estão proliferando por todo mundo. Não podemos esquecer tudo que se sucedeu e resultou o triste dia de 08/01/2023. Necessitamos apaziguar e controlar nossas paixões e sermos mais racionais e tolerantes. O jogador de vôlei marcou um “gol contra” na democracia. Creio que como se aposentou da seleção de vôlei, ele deve planejar uma nova carreira, a da política. E prepara com esse tipo de postagem a plataforma dos que defendem o radicalismo e intolerância, onde só o que pensam é o que vale.
Para finalizar ressalto que todos têm direito de ter ideias e expressá-las livremente, desde tenham como parâmetro o respeito e a civilidade. Assim, como já dizia minha querida avó “cautela e canja de galinha não faz mal para ninguém”, lembrando que a liberdade de expressão é resguardada por lei, a incitação à violência jamais.
Bora refletir.
*Walace Soares de Oliveira, cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).
Esse bolsonarista se manteve no vôlei, durante anos, com ajuda em dinheiro do Bolsa Atleta, programa criado por Lula. Ser oposição a um governo, mesmo que tenha recebido benefícios desse governo, faz parte da democracia. Mas ameaçar de morte um presidente ou qualquer pessoa e propagar a prática de violência são crimes. Esse imbecil bolsonarista já está sentindo o repúdio da sociedade ao seu ato mas ainda é pouco: o próximo passo é ser condenado pela Justiça e pagar pelo crime cometido.
Mateus Oliveira. Primeiramente parabenizá-lo pelas suas palavras. Pessoas assim é que precisamos para engrandecer os comentários neste Blog. Continue assim com esta mente maravilhosa e inteligência formidável.